28/04/2007

A fala do silêncio e o nada

Caminhávamos em silêncio, apreciávamos o silencio, era como se ele falasse por nós, não precisávamos dizer nada só contemplá-lo. Depois de algum tempo, notei uma certa inquietação da parte dela, parecia que aquela quietude a incomodava.

E eis que passamos a atirar palavras sem propósito, sem ela dizer o que realemnte a aflingia:

A.P
- O mundo anda muito maluco. Todo dia manchetes de jornal dizendo que fulano de tal matou ciclano sem motivo. De onde vem isso?

Crazychat
- Acho que, talvez, por não expressarmos nossos sentimentos. Escondemos nossa raiva, ódio e rancor e isso vai se acumulando dentro da gente, até que um dia você não se agüenta mais e estoura os miolos de alguém, acaba explodindo com qualquer um.

A.P
- Eu não acho que seja assim, nem todo mundo reage da mesma maneira não. Um sujeito pode se irritar muito com o outro e não dizer palavra. E outro pode simplesmente apontar uma arma para a cabeça do desaforado e sair atirando.

Crazychat
- Não faz diferença, quando alguém te ofende ou rejeita como você reage ? Você pode não dizer merda nenhuma, mas por dentro está se remoendo de ódio, pensa em fazer um monte de coisa que você não pode fazer.


A.P
- É assim com muita gente, mas nem todo mundo saí por aí atirando em tudo que vê pela frente. Se todo mundo o fizesse seria o fim da raça humana.


Crazychat
- O que eu estou dizendo é que tem de haver um jeito para aliviar a pressão, para descarregar a raiva, a opressão, as frustrações em alguma coisa.


A.P
- Nada há mais capaz de aplacar isso, entramos em um buraco sem fundo, para isso não há um refugio.