26/09/2007

A fuga do Tempo

Que tempo é esse em que tudo se virtualiza e a tecnologia passa a ser indispensável ? É um tempo que impõe o sistema e induz a interagir. É então, um espaço intemporal, um “espaço de fluxos” em que a representação toma forma e a cultura se virtualiza ao ponto de haver a possibilidade de o objeto substituir o real. Há uma velocidade de escape que se intenta alcançar continuamente de forma até vertiginosa. É uma realidade cultural cada vez mais moldada pelo ciberespaço, um espaço imaginário que existe unicamente dentro da rede. De virtualidades reais em que tudo se torna presença e fraca lembrança no tempo que escapa. O tempo foge e tentamos em vão agarrá-lo pelos cabelos, mas de nada adianta se ele agora é calvo. Ele só angustia pelas inúmeras informações não lidas, pela caixa de e-mail lotada e a necessidade de deixar de lado informações que parecem inúteis, sem que se massacre a consciência na insistência de acompanhar o tempo. Esqueça, quando as coisas te fogem, não ouse acompanhá-las, pare para compreendê-las. É disso que a comunicação hoje precisa, de reflexão, e não velocidade e mais fragmentação (para produzir um sentimento de acompanhamento do fato). Não estarás salvo por pensar (só pensar não te dará soluções prontas, o agir também se faz necessário depois que encontrares a resposta), mas ao menos te apontarás o caminho.