01/05/2007

O vôo da memória...

Tomar uma distância das coisas, pode nos fazer vê-las sob novas pespectivas. Isso pode não parecer novidade, mas muitas vezes surpreende, nos tolos mortais. Tenho pensado muito nisso e passo a acreditar muito na força que esse olhar distante pode ter; ás vezes, uma simples caminhada de alguns passos longe do objeto do trabalho pode fazer saltar idéias, ou mesmo, respostas óbvias por um instante esquecidas. A memória é falha, seletiva e ela é nossa caixinha de surpresas, que carrega muitas emoções, sentimentos, associações, imagens e histórias dentro, tanto individuais quanto coletivas. Um exemplo, dessas peças que a memória pode nos pregar, me aconteceu a menos de uma semana. Entreguei um trabalho, por ter mesmo que entregar, questão de dead line, prazo mesmo, e só depois fui perceber quantas coisas poderia acrescentar, algo que só me veio depois de o prazo de entrega concluído. E isso acontece sempre e haveria mesmo de aocntecer. Já imaginou o que seria de nós se lembrassemos de tudo o tempo todo? Acabaríamos vivendo e revivendo tudo o tempo todo e isso poderia ser uma mostra do inferno, pois reviver todas as sensações, ter todos os pensamentos que apetecem o tempo todo seria algo insuportável a nível do humano, para ser assim, só mesmo se fossemos máquinas que trabalhassem initerruptamente, mas aí, é certo que perderíamos nossas particularidades. A memória estaria caindo no abismo que ela mesma gerou, as histórias que cada um vive e conta a si mesmo, construído sua narrativa, seu conto pessoal, seriam, talvez, estranhamente similares. Estaría a memória perdida hoje em meio a tanta propagações de coisas. Como fazer um resgate dessa memória, estaria ela mesmo perdida?

Nenhum comentário: